Hauopa Tibianos.
Ansiosos pelo destino de nosso aventureiro?
Preparem-se!
Mea cupa
Não importava quanto buscasse, revirasse ou pesquisasse os livros não estavam ali, de tudo um pouco ele via, teia de aranha, pó e mofo, tintas pelo chão e pergaminhos rasgados. O que fazer? Será que o Morrin havia pego os livros para si? Havia algo de tão importante a ponto de ser necessário leva-lo consigo?
Bom estava claro o que deveria ser feito de agora em diante, sair em busca dos outros livros, certamente não seria possível continuar sem os restantes.
Nosso aventureiro resolveu então sair em busca dos outros, mas não sem antes reabastecer sua energia, dormir e descansar seu corpo e mente depois de uma leitura tão vasta, seria ótimo.
Então, ali mesmo, na biblioteca estendeu seu cobertor, e fez um lanche digno de dias de fome, um belo pão com presunto, o qual, havia sido drasticamente reduzido pelo encontro com Hagor, mas nada que frutas, algumas uvas e carne seca não pudesse substituir.
Depois comer, pegou seu instrumento e pensou numa musica ou rima que pudesse alegrar naquele momento. Rapidamente sua mente lhe recordou de uma ótima rima, que muitos escultavam ao lado de um trepidante fogueira.
A chamavam de: A Ruina da Serpente
“Saycolax a serpente
Era um jovem dragão verde
De duras escamas e fortes asas
Passar por sua floresta ninguém ousava
Por dois séculos escravizou com terror
Com horrorosos saques trouxe a dor
Fez-se dos homens algoz e senhor
Roubando-lhes a vida e o ouro
Seu orgulho passou a ser forte
Mas o destino mudaria sua sorte
Um garoto nascido em meio ao seu horror
Mostraria ao dragão o sabor da dor
Assim depois que o tempo certo se fez
O garoto cresceu e disse:” da serpente chegou a vez”
Saiu e adentrou a verde e antiga floresta
Desafiando em bom som o senhor daquela terra
Saycolax colérico o atacou do alto
Mas o garoto se salvou por pouco do ato
Zombou do dragão e venceu seus jogos
Aumentando da serpente o ódio
Seguiu-se o momento mais difícil
Uma batalha furiosa e incrível
Onde apenas um do envolvidos ficaria vivo
Sendo pelos bardos aclamado, louvado e conhecido
Garras, rugidos e sopros o dragão fazia
Escudo defendia e espada afiada reluzia
Foi assim durante frias noites e longuíssimos dias
Sem contudo chegar a morte para uma das duas vidas
Longo tempo aquele combate perdurou
Mas enfim no poente do sétimo dia terminou
Seu vencedor muito ferido e quase morto ficou
Mas o seu adversário moribundo tombou
Assim foi então o desfecho da serpente
Vencido e humilhado no sétimo poente
Trazendo a glória e esplendor ao bravo e poderoso garoto
O guerreio que tornou mais que um sonho a liberdade de seu povo”
Essa pequena rima fez com que nosso aventureiro reabastecesse sua fonte de energia e confiança, por vezes ele pensava como uma simples, canção ou rima era capaz de de melhorar o animo de alguém.
Pensando na rima, daquele herói que havia derrotado a terrível serpente, imaginava o que poderia encontrar mais a frente, e como faria para encontrar os outros livros.
Sua mente o carregava para longe daquele cenário, e pela primeira vez naquela viajem, havia pensado em seus amigos, e como seria bom tê-los ali.
Rapidamente adormeceu e não estava mais preso naquele lugar, podia flutuar na mais alta nuvem, ou mergulhar no mais profundo oceano…
Após uma noite revigorante, levantou, recolheu seus pertences, fechou a biblioteca e decidiu então, ir até o local onde havia encontrado a chave, lembrou-se que o caminho continuava em frente, e que aquilo era um caminho promissor, até então não havia muitos outros a seguir.
Retirou a espada da bainha, verificou todos os mantimentos que ainda restavam, que por sinal não eram muitos, calculou que deveria durar mais alguns dias, não muitos, portanto deveria encontrar rapidamente um modo de sair daquele local, e encontrar os livros seria agora uma missão quase impossível, a saída era sua principal meta. Possuía um mapa, possuía a chave da biblioteca, sabia o que enfrentar e como entrar, não seria difícil retornar até este ponto, e com toda certeza, ajuda de amigos, tudo estaria resolvido mais rapidamente e de forma segura, pois seu instinto de guerreiro lhe alertava da complexidade que seria desvendar aquele enigma e os perigos que ainda podia enfrentar.
Voltou ao caminho que seguia pelo corredor onde havia encontrado a chave da biblioteca e ficou em frente a porta, olhou bem o caminho a sua frente e seguiu com passos cuidadosos, o que parecia ser, uma longo corredor.
Mais a frente o corredor dava lugar a vários caminhos, que se entrelaçavam e pareciam brotar do espaço vazio, tantas curvas, tantas direções, que não haviam modos de saber onde davam ou onde paravam, decidiu continuar no caminho que oferecia menos resistência e parecia ser o mais velho, com tijolos desgastados e mal posicionados.
Até que em um canto, ele encontrou algo que lhe chamou atenção, antes mesmo de o corredor terminar, dava origem a outros dois corredores, um de cada lado, um do lado esquerdo e outro do direito, mas o mais intrigante era um local com uma placa mal escrita e desgastada pelo tempo que dizia: “Saída”
Era intrigante como tudo havia acontecido e como repentinamente o labirinto gentilmente lhe mostrava a saída, seria uma forma de gratidão da natureza? Ou uma forma de expulsar o nosso aventureiro daquele lugar? Nada era certo, e a pura e simples verdade era que, o futuro era incerto.
Sem mais pensar nosso aventureiro tomou a saída, e como um passe de magia os corredores começavam a se abrir, e uma luz inebriante do sol aparecia por entre algumas frechas das paredes, ele sentia uma pequena elevação no terreno, dando a entender que estava subindo, começava a sentir o cheiro do oxigênio fresco, e quando menos esperava um pequeno declívio o levava para fora da caverna. Precisou usar muita força para escavar a saída coberta pela areia do desert, e quase que imediatamente após sua saída mais areia caiu sobre o buraco, tapando-o quase que imediatamente.
Areias de Jakundaf
Nosso aventureiro olhava novamente para as areias do deserto de Jakundaf, areias que agora pareciam tão boas quanto uma boa dose de água fresca. Sentia o calor do sol, e o vento no seu rosto, e não podia descrever como essa sensação era inebriante.
Pegou seu mapa, e com cuidado escreveu todos os locais que haviam passado sem anotar. Sabendo que Venore ficava a leste dali, decidiu ir o mais rápido possível até lá, e a parti dali iria reunir-se com amigos e contar tudo que havia lhe ocorrido, afinal, precisaria da ajuda de seus companheiros para desvendar o restante dos mistérios que ainda lhe aguardava.
Mapa das cavernas
Destemidos aventureiros, nossa jornada está prestes a terminar, fiquem ligados no destino desta incrível historia.






